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Intertextualidade

         É a relação entre dois textos, na qual um cita o outro.
       Ela pode ocorrer entre diversas formas de texto, como música, pintura, filme, novela etc., e pode apresentar-se explicita ou implicitamente. Por isso é importante para o leitor um conhecimento de mundo, um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um diálogo entre textos.
 
      Vejamos a seguir um exemplo de intertextualidade que poucas pessoas percebem, apesar de envolver duas obras bem famosas.
 
Texto I
 
Texto II
Hino Nacional Brasileiro (fragmento)
Joaquim Osório Duque Estrada e Francisco Manuel da Silva

Deitado eternamente em berço esplêndido,

Ao som do mar e à luz do céu profundo,

Fulguras, ó Brasil, florão da América,

Iluminado ao sol do Novo Mundo!

 

Do que a terra, mais garrida,

Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;

“Nossos bosques têm mais vida”,

“Nossa vida” no teu seio “mais amores.”

 

 

 Ó Pátria amada,

Idolatrada,

Salve! Salve!

 
Canção do exílio (fragmento)
Gonçalves Dias, De Primeiros contos (1847)
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
 
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
 
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Leia atentamente os Textos I e II e responda:

    1. Considerando o tema, forma e a construção textual, o que textos possuem em comum? 
    2. Sabemos que intertextualidade é a relação que existe entre dois textos, na qual um cita o outro. Retire do texto I um ou mais trechos em que fica clara sua intertextualidade com o texto II.
    3. Sabemos que o uso das aspas (“…”) em um texto indica a fala ou citação de terceiros. Justifique o uso das aspas no Texto I. 

Veja mais exemplos de intertextualidade entre outros tipos de linguagens: 
Leia mais em: Brasil Escola , Wikipedia , Domínio Público (Romeu e Julieta X Inocência), PUC/RS – Como Realizar a intertextualidade

Em tempo: Esta é uma aula integrante do nosso Projeto “Grito do Ipiranga”

 

CNIJMA – Conferência Nacional Infanto Juvenil do Meio Ambiente

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      O Ministério do Meio Ambiente (MMA) do Governo Federal, por meio de seu Ministério da Educação (MEC), está promovendo a CNIJMA – Conferência Nacional Inanto Juvenil sobre o Meio Ambiente, e a E.E. Dr. Wladimir de Rezende Pinto de Varginha/MG não podia ficar fora dessa!

          “A CNIJMA é um instrumento voltado para o fortalecimento da cidadania ambiental nas escolas e comunidades a partir de uma educação crítica, participativa, democrática e transformadora. Ela se caracteriza como um processo dinâmico de encontros e diálogos, para debater temas propostos, deliberar coletivamente e escolher os representantes que levarão as ideias consensuadas para as etapas sucessivas.”

         A conferência na escola será no próximo dia 29/8/2013, às 16:00 horas, e o tema escolhido é a ÁGUA.

        Sendo assim, para que estajamos mais bem informados sobre o assunto, seguem as atividades de interpretação e reflexão sobre os usos da água no Brasil, vistas na última aula:

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Narração em prosa

Gêneros textuais – Narração em prosa

Era uma vez

Edição de Dezembro de 2000

No último dia de férias, Lilico nem dormiu direito. Não via a hora de voltar à escola e rever os amigos. Acordou feliz da vida, tomou o café da manhã às pressas, pegou sua mochila e foi ao encontro deles.
Narracao
Abraçou-os à entrada da escola, mostrou o relógio que ganhara de Natal, contou sobre sua viagem ao litoral. Depois ouviu as histórias dos amigos e divertiu-se com eles, o coração latejando de alegria. Aos poucos, foi matando a saudade das descobertas que fazia ali, das meninas ruidosas, do azul e branco dos uniformes, daquele burburinho à beira do portão. Sentia-se como um peixe de volta ao mar. Mas, quando o sino anunciou o início das aulas, Lilico descobriu que caíra numa classe onde não havia nenhum de seus amigos. Encontrou lá só gente estranha, que o observava dos pés à cabeça, em silêncio. Viu-se perdido e o sorriso que iluminava seu rosto se apagou.

Antes de começar, a professora pediu que cada aluno se apresentasse. Aborrecido, Lilico estudava seus novos companheiros. Tinha um japonês de cabelos espetados com jeito de nerd. Uma garota de olhos azuis, vinda do Sul, pareceu-lhe fria e arrogante. Um menino alto, que quase bateu no teto quando se ergueu, dava toda a pinta de ser um bobo. E a menina que morava no sítio? A coitada comia palavras, olhava-os assustada, igual um bicho do mato. O mulato, filho de pescador, falava arrastado, estalando a língua, com sotaque de malandro. E havia uns garotos com tatuagens, umas meninas usando óculos de lentes grossas, todos esquisitos aos olhos de Lilico. A professora? Tão diferente das que ele conhecera… Logo que soou o sinal para o recreio, Lilico saiu a mil por hora, à procura de seus antigos colegas. Surpreendeu-se ao vê-los em roda, animados, junto aos estudantes que haviam conhecido horas antes.

De volta à sala de aula, a professora passou uma tarefa em grupo. Lilico caiu com o japonês, a menina gaúcha, o mulato e o grandalhão. Começaram a conversar cheios de cautela, mas paulatinamente foram se soltando, a ponto de, ao fim do exercício, parecer que se conheciam há anos. Lilico descobriu que o japonês não era nerd, não: era ótimo em Matemática, mas tinha dificuldade em Português. A gaúcha, que lhe parecera tão metida, era gentil e o mirava ternamente com seus lindos olhos azuis. O mulato era um caiçara responsável, ajudava o pai desde criança e prometeu ensinar a todos os segredos de uma boa pescaria. O grandalhão não tinha nada de bobo. Raciocinava rapidamente e, com aquele tamanho, seria legal jogar basquete no time dele. Lilico descobriu mais. Inclusive que o haviam achado mal humorado quando ele se apresentara, mas já não pensavam assim. Então, mirou a menina do sítio e pensou no quanto seria bom conhecê-la. Devia saber tudo de passarinhos. Sim, justamente porque eram diferentes havia encanto nas pessoas. Se ele descobrira aquilo no primeiro dia de aula, quantas descobertas não haveria de fazer no ano inteiro? E, como um lápis deslizando numa folha de papel, um sorriso se desenhou novamente no rosto de Lilico.

Texto de João Anzanello Carrascoza Ilustrado por Daisy. Revista Nova escola online: Acessado em 08/12/2006

Trabalhando com o texto…

1. Esse texto conta uma história? História de quê?

2. Quais foram os sentimentos vividos pelo personagem Lilico?

3. Quem são as personagens desta história? Há uma personagem principal? Justifique sua resposta utilizando elementos do texto.

4. O narrador dos fatos é também um personagem? Como você chegou a essa conclusão?

5. Onde se passa a história?

6. Qual foi o tempo de duração dos fatos narrados e que recursos linguísticos o autor utilizou para sinalizar esse tempo?

7. É possível afirmar que o texto apresenta uma introdução, o desenvolvimento e um desfecho? Procure marcar no texto essas três partes.

8. Lilico teve oportunidade para refletir e mudar a sua visão a respeito de seus novos colegas? O que ele descobriu a respeito deles?

9. Releia o trecho abaixo, retirado do texto:

“Sentia-se como um peixe de volta ao mar. Mas, quando o sino anunciou o início das aulas, Lilico descobriu que caíra numa classe onde não havia nenhum de seus amigos”.

a) Por que Lilico sentia-se “um peixe de volta ao mar”?

b)Que efeito de sentido o uso da palavra “mas” (em destaque no trecho) provoca? Que outra palavra pode substituí-la, prejuízo de sentido para o texto?

10. Leia os fragmentos abaixo, extraídos do texto:
Trecho 1:

“O último dia de férias, Lilico nem dormiu direito. Não via a hora de voltar à escola e rever os amigos. Acordou feliz da vida, tomou o café da manhã às pressas, pegou sua mochila e foi ao encontro deles. Abraçou-os à entrada da escola, mostrou o relógio que ganhara de Natal, contou sobre sua viagem ao litoral. Depois ouviu as histórias dos amigos e divertiu-se com eles, o coração latejando de alegria”

Trecho 2:

“Encontrou lá só gente estranha, que o observava dos pés à cabeça, em silêncio. Viu-se perdido e o sorriso que iluminava seu rosto se apagou. Antes de começar, a professora pediu que cada aluno se apresentasse. Aborrecido, Lilico estudava seus novos companheiros”.

a) O que sinalizam as palavras em negrito?

b)Que efeitos de sentido o uso dessas palavras provoca? Por que esse tipo de recurso é importante na narrativa?

Referência
COSTA VAL, Maria da Graça. Texto, textualidade e textualização. IN: CECCANTINI, J.L. Tápias; PEREIRA, Rony F.; ZANCHETTA JR., Juvenal. Pedagogia Cidadã: cadernos de formação: Língua Portuguesa. v. 1. São Paulo: UNESP, Pró-Reitoria de Graduação, 2004. p. 113-124; In http://www.crv.educacao.mg.gov.br